1990 - 1999 [Década de 90]

1990 [Memória]

Conjunto de máquinas, equipamentos, móveis e acessórios da Oficina Goeldi

Com o fechamento da Oficina Goeldi no final de 1990, inviabilizada pelo desastrado “Plano Collor”, encerrou-se um ciclo de criação gráfico-editorial altamente prolífico e inovador, que durou toda uma década e que teve por suporte o ferramental e o espírito experimental e revolucionário que nela se fomentou sob a direção do artista plástico Fernando Tavares e deste autor, em Belo Horizonte (1980-1985), em São Paulo (1985-1988) e de volta a BH (1988-1990).

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A desativação desse parque gráfico motivou a redação de uma memória seguida do inventário completo e detalhado dos 95 itens que constituem o Conjunto de Máquinas, Equipamentos, Móveis e Acesórios da Oficina Goeldi e uma planta baixa que reproduz exatamente o leiaute da Oficina, tal como funcionou, no galpão da Av. do Contorno, 3830, Belo Horizonte, no período de 1982 a 1985.

O primeiro inventário foi datilografado em maio de 1987 como proposta para venda de todos os itens (de propriedade deste autor) a pedido de instituições públicas; negócio que não se concretizou.

Originais datilografados em 1987 [ler/download (pdf)]

Posteriormente, em 1994, foi digitado em computador e modificado para se tornar um documento de memória, que foi redigida em 1990, logo do fechamento da Oficina.

Conjunto de Máquinas, Equipamentos, Móveis e Acesórios da Oficina Goeldi [ler/download (pdf)]


Desde 1990, o conjunto ficou em depósito a céu aberto e dele resta ainda o equipamento essencial e principal de impressão, agora conservado em local protegido, e que pode ser facilmente recuperado e posto em operação.

1993 [Roteiro de Espetáculo]

Escrito para ser um expetáculo de exportação durante a gestão do ministro Antonio Houaiss no Ministério da Cultura, foi aprovado pelo próprio Houaiss para ser patrocinado pelo Fundo Nacional de Cultura e estreou com grande repercussão e sucesso artístico no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com quatro récitas e um ensaio aberto, entre os dias 9 a 12 de setembro de 1993.

Escrito no Rio de Janeiro, em março de 1993

Roteiro apresentado ao ministro Antonio Houaiss [ler/download (pdf)]

Original datilografado do roteiro [ler/download (pdf)]

Certificado da Biblioteca Nacional – Escritório de Direitos Autorais [ver (jpg)]

Carta de aprovação do ministro Houaiss

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Sete Danças para Villa-Lobos
Balleteatro


Teatro Municipal do Rio de Janeiro
de 9 a 12 de setembro de 1993

Músicas de Villa-Lobos
Textos de Oswald de Andrade

Izabel Costa - 1ª bailarina
Hélio Zolini - Ator convidado

Bailarinas solistas
Eraci De Oliveira
Paula Maracajá
Juliana Meziat
Giselle Lima

Bailarinos solistas
Sylvio Dufrayer
Renato Miranda
Claudio Galvão
Paulo Torres

Direções
Oscar Araiz - Coreografia e direção geral
Izabel Costa – Pesquisa coreográfica e co-autora do libreto
Roberto Duarte - Direção musical e regência
Mario Drumond – Libreto e produção
Ira Cardoso – Assist. de coreógrafo e ensaiadora de dança
Eid Ribeiro - Direção teatral
Paulo Flaksman – Cenografia
Adriana Leite – Figurinos
Oscar Araiz/David Miguel – Luz
Martha Ferraris – Direção de produção
David Miguel – Direção de técnica
Ricardo Misutani – Sonorização
Paulo Henrique Souto - Assessoria de imprensa
Aloysio Fagerlande - Assist. de direção musical
Realização: Companhia Aquarela de Dança

Patrocínio
Ministério da Cultura
Fundo Nacional de Cultura
Secretaria de Estado da Cultura do Rio De Janeiro
Funarj - Fundação de Artes do Estado do Rio de Janeiro
Fundaçao Teatro Municipal do Rio de Janeiro

Orquestra e Coros (ao vivo)
Em ordem alfabética:
Aloyslo Fagerlande (fagote); Antônio Augusto (trompa); Antônio Bruno (sax-alto); Carlos Alberto Rodrigues (flauta e flautim); Elza Marins (harpa); Francisco Frias (violão); Glauco Baptista (piano); Gustavo Borchert (percussão); João Daltro de Almeida (violino); José de Freitas (clarineta); Lino Hoffinann (percussão); Luiz Carlos Justi (oboé); Marcelo Souza (percussão);

Maria Tereza Madeira (celesta); Paulo Sodré Vaz (percussão); Pedro Garcia (percussão); Philip Doyle (trompa); Ricardo Santoro(violoncelo); Rodolfo Cardoso (percussão); Sérgio de Jesus (trombone) e Zdenek Stab (trompa). Coros: Voz e Cia e Calíope, Reg. JulIo.Moretbzon; Brasil Philarmonia Coro, Reg. Flávia Vieira.

Revista-programa [ler/download (pdf)]

Ensaio fotográfico dança por dança, de autoria do fotógrafo Cafi [ver (pdf)]


Clipping jornalístico da estréia [ler/download (pdf)]

A realização desta obra enfrentou graves problemas na política então vigente no MinC e na Funarj, cujas burocracias não só eram adversas à orientação que o ministro pretendia imprimir à sua gestão, como também a sabotavam sistematicamente através das máfias de corrupção e clientelismo que nelas estavam instaladas. A batalha interna foi de tal ordem que o ministro foi praticamente derrubado de seu cargo poucos dias antes da estréia do espetáculo, tendo deixado o ministério em 1 de setembro de 1993.
Nas apresentações da estréia, Houaiss não pode comparecer por estar internado em hospital por estresse e outros problemas causados pelas vicissitudes de sua curta gestão (11 meses) à frente do MinC. Seus sucessores não somente não deram continuidade ao espetáculo, que previa turnês nacionais e internacionais, como nem quiseram tomar conhecimento dele. E todo o empenho, esforço, investimento artístico, público e privado feitos para a realização deste grande espetáculo se perdeu. Fica-nos a memória, as idéias heróicas, patrióticas e imortais dos gênios de Villa-Lobos, Oswald de Andrade e Antonio Houaiss, e a proposta ainda viva de uma remontagem dessa obra que permanece válida como contribuição da arte brasileira para o cenário universal da criação erudita e do mundo do espetáculo.

1995 [Ficção - Roteiro de Invenção]

DANS L’AIR
A VIA SANTOS-DUMONT
OU

SANTOS-DUMONT
O FILME

Um roteiro de invenção
para filme de longa metragem

Mario Drumond

Rio de Janeiro, 22 de abril de 1995


Revisão: Sávio Grossi

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Obra de ficção-realidade criada para descrever um filme que o autor gostaria de ver sobre o genial inventor. Não se propõe ser um roteiro técnico mas uma obra de ficção em forma de roteiro cinematográfico. Foi escrita durante o ano de 1994, e dada como acabada e revisada na data acima. No ano seguinte, o autor o editou em 12 exemplares, como primeiro trabalho de projeto gráfico e editoração feito pessoalmente em PC (Personal Computer), que foram distribuídos a amigos do autor e estudiosos interessados na personagem principal. Nunca foi filmado.

Prólogo do autor [ler (pdf)]

Aqui publica-se a reprodução integral da obra na sua 1ª e única edição. [ler/download (pdf)]

1997 [Roteiro de Espetáculo]

Roteiro das Minas












Roteiro de performance para a Oficina de Dança Contemporânea do 1º Festival de Inverno de Congonhas, Minas Gerais, tendo por cenário os espaços externos do complexo arquitetônico da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matozinhos.

Direção, coreografia e 1ª bailarina: Izabel Costa
Bailarinas: alunas da Oficina de Dança Contemporânea [ver lista (ms Profª Izabel Costa)]
Interpretação dramática: Regina Bahia
Roteiro e ensaios fotográficos: Mario Drumond
Texto: Oswald de Andrade (adaptação de excertos do poema Pau Brasil - Roteiro das Minas)
Música ao vivo:
Corporação Musical Senhor Bom Jesus: Centenário de Lourdes, Santa Cecília (folclore italiano) e Aquarela do Brasil (Ary Barroso)
Luis Gibson, violão: Estudo Nº 1 (H. Villa-Lobos)
[ouça o Estudo Nº 1, na interpretação de Turíbio Santos]

Apresentações: 19 (sábado) e 20 (domingo) de julho de 1997, no cenário histórico barroco criado pelo gênio de Aleijadinho para a Basílica do Senhor Bom Jesus de Matozinhos em Congonhas do Campo, Minas Gerais.

Texto escrito pelo autor do roteiro para o jornal local Vitral (não publicado) [ler (pdf)]
Roteiro ilustrado com ensaios fotográficos do autor [
ler/download (pdf)]

Escrito em Congonhas, MG, em julho de 1997.

Era prevista apenas a apresentação de sábado, como evento de encerramento do Festival. Mas, apesar de o tempo nublado não ter colaborado com a boa luz que o espetáculo requeria, a apresentação encantou de tal maneira o pequeno público (por falta de divulgação e medo de chuva) de populares atraídos pela banda de música, que o prefeito da cidade pediu uma nova apresentação no domingo para que ele e as autoridades municipais e do festival pudessem desfrutá-la.

Desta outra feita, as musas e os deuses abençoaram o espetáculo e a luz magnífica com que o brindaram deu à performance todo o esplendor que merecia. Foi tão grandiosa, tão suprema, tão elevada, que chegou a assustar o palanque da província. E não se falou mais nisso.

Sem registros impressos e jornalísticos (há informações que o evento foi noticiado no jornal Estado de Minas, da capital mineira, mas não conhecemos a matéria), restou a nós, realizadores, a bela memória do feito e os ensaios fotográficos deste autor.

1998 [Memória]

A GRAVURA
DE INIMÁ DE PAULA
NA OFICINA GOELDI




Foi nos meados de 1998 o meu último encontro com o mestre Inimá de Paula. Um encontro breve mas muito rico de recordações. Apesar de já estar vivendo os problemas de sua doença, ele estava animado com a perspectiva da Fundação Inimá de Paula, em vias de se concretizar. Perguntou-me sobre a Oficina Goeldi, se poderíamos pensar em reabri-la, e falamos sobre os trabalhos que fizemos juntos 15 anos antes, em 1983, cujo acervo de matrizes e gravuras editadas conservo e sobre o qual eu pretendia escrever uma notícia crítica. Ambos nos estimulamos a prosseguir nesses intentos, porém, não mais nos vimos.
Logo após a sua morte, cerca de um ano depois, em 1999, imerso nas memórias que sua passagem me trazia, resolvi levar a cabo o projeto, que ficou pronto ainda no início de 2000, com revisão de René Zeferino.

Originais preparados para edição


Este autor e a Fundação Inimá de Paula estão em fase de projeto de uma exposição, para 2010, do valioso, único e particular acervo de gravuras do mestre de que trata este trabalho.

Autoretrato em xilogravura (acima) ampliar

Pietá Cabocla em xilogravura (ao lado) ampliar
Segue-se uma breve amostra desta fase praticamente desconhecida do grande mestre para uma avaliação da importância e da riqueza histórica e artística deste seu legado.

Seleção de xilogravuras e calcografias (12 imagens) de Inimá de Paula editadas por este autor na Oficina Goeldi em 1983
[ver (pdf)]



1999 [Roteiro de Cinema]


















CAMARGO GUARNIERI - ENCANTAMENTO

O ano de 1999 corresponde ao que este autor (neste caso, co-autor) considera como o do lançamento do filme, numa sessão histórica hors concours de abertura do 32º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro, repleta, com cerca de duas mil pessoas. Enriqueceram-na a Orquestra Sinfônica de Brasília, sob a regência do maestro Silvio Barbato, tocando ao vivo obras de Camargo Guarnieiri na overture da sessão e a magnífica projeção em 35mm, em tela de grande formato, que ocupava toda a boca-de-cena do palco.

Na verdade, a construção desta obra foi iniciada doze anos antes, em 1987, quando o compositor Camargo Guarnieri veio a Belo Horizonte como convidado da Fundação Clóvis Salgado (Palácio das Artes) para uma série de concertos comemorativos dos seus 80 anos de idade. Na oportunidade, o diretor do filme, José Sette, com o apoio deste roteirista, filmou-o em diversos, exclusivos e importantes momentos, valendo-se de negativos 16mm, preto e branco, que depois foram ampliados para 35mm.

José Sette não costuma trabalhar a partir de roteiros formalmente escritos; seus filmes são construídos a partir de idéias e materiais que vão sendo colocados à sua disposição antes e durante as filmagens e até no decorrer da montagem, filtrados pela intuição privilegiada e o inegável talento de cineasta que o caracteriza e às suas obras. [ler entrevista do cineasta à imprensa de Brasília (pdf)]

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Assim, este roteirista, que assina o roteiro do filme em co-autoria com o cineasta, e assina também a produção da obra, atuou, nas sucessivas e descontinuadas fases desta difícil produção quase sem recursos, como argumentista, pesquisador de fontes imagéticas e de conteúdo e na concepção de propostas e idéias cinematográficas visando a elaboração de um corpus audiovisual artisticamente composto com o documento original. O qual foi o ponto de partida e o esqueleto da obra imaginada durante todo o processo, desde o início. O resultado superou todas as nossas expectativas. [ler crítica (pdf)]

CAMARGO GUARNIERI - ENCANTAMENTO [sinopse - ler/download (pdf)]
um filme de José Sette (35mm, cor e p&b, 36 min.)

com o compositor, maestro e músico Mozart Camargo Guarnieri
[ver trechos] e
Cynthia Priolli (piano) [ver momentos]
Izabel Costa (bailado) [ver bailado]
Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (regência: Camargo Guarnieri)
Vasco Mariz (depoimento)

Titulagem: Carlos Scliar
Montagem: Marta Luz
Trucagens: Ronald Palatnik
Direção de Arte: Fernando Tavares
Roteiro: Mario Drumond e José Sette
Produção: Mario Drumond
Direção e fotografia: José Sette

ficha técnica completa [ler/download (pdf)]
texto recente do cineasta sobre o filme [ir]
Cópia do filme em DVD: entrar em contato com este autor.